Como fazer a transição para o desodorante natural
O primeiro passo que você precisa saber para toda e qualquer transição, é que ela é individual e precisa ter paciência. No caso da transição para o desodorante natural muitos fatores são envolvidos, como por exemplo, sua rotina, o clima da cidade em que você mora – é um lugar mais frio ou mais quente? – se você trabalha em ambiente fechado e climatizado, e até mesmo fatores emocionais, como a ansiedade. “Os desodorantes naturais passam por uma adaptação emocional, de conscientização da pessoa. No início provavelmente ela vai suar um pouco mais, mas lá na frente vai ter um equilíbrio do corpo porque ele não terá mais uma obstrução da secreção do suor”, explica Letícia Rautha, dermatologista clínica e especialista em dermatologia natural e integrativa. Para isso, a dica dela é optar pela mudança em temporadas mais frias, pois é quando costumamos suar menos.
A grande diferença entre os desodorantes tradicionais e os naturais está não só na fórmula, como também na performance de cada um deles. Enquanto os tradicionais geralmente têm conservantes e aditivos químicos, os naturais são a base de óleos essenciais, cristais, leite de magnésia e até mesmo com prebióticos e probióticos. “Os desodorantes tradicionais, os que têm cloreto de alumínio e sais de alumínio, fazem uma obstrução das glândulas do suor e dessa forma, impedem a transpiração. Já os naturais controlam as bactérias, alguns deles com probióticos, que ajudam na colonização de bactérias consideradas benéficas ao corpo. Portanto, eles têm funções diferentes e por não obstruírem as glândulas, acabam tendo um controle do suor a longo prazo”, ressalta Letícia.
Aura Rosa, Gerente de Operações aqui na Bonita de Pele, é adepta do desodorante em cristais há 3 anos, quando começou a repensar alguns de seus hábitos. “Não percebi diferença nenhuma de odor quando passei a usar, mas no aumento do suor sim, tanto que comecei o teste no auge do verão e decidi esperar o inverno pra usar realmente”, conta. Hoje, Aura prefere usar o produto somente no inverno e ainda utiliza o convencional durante o verão.
Principalmente durante a transição, são indicados alguns cuidados extras como hidratar a axila e trocar o sabonete por um de glicerina (vamos falar mais disso lá pra frente), para controlar melhor o odor. Talvez seja por isso que rola o mito dos desodorantes naturais deixarem um cheiro ruim, o que não é verdade, e a dermatologista explica o porquê. “Temos cerca de 30 trilhões de células no nosso corpo e aproximadamente 37 trilhões de bactérias. Ou seja, na verdade, somos feitos de bactérias. Então não temos como eliminá-las, é necessário ter uma microbiota equilibrada”, esclarece.
Além de controlar as bactérias responsáveis pelo mal odor, outra vantagem de usar esse tipo de desodorante é que pode ser uma alternativa para quem tem alergia a algum dos ingredientes dos produtos convencionais, além claro, de ajudar o meio ambiente. “Os desodorantes naturais não têm aditivos químicos, como os parabenos, que são considerados disruptores endócrinos, pois o excessivo desse tipo de ingrediente pode acumular e causar algumas alterações nos nossos hormônios. Além disso, quando esses ingredientes são eliminados na água, eles vão para os ambientes aquáticos, causando problemas na reprodução de peixes”, considera a dermatologista.
Foi o caso do Jonas Netto, Social Media aqui da Bonita de Pele. Ele faz o uso desodorante natural em creme há 5 meses, não só para mudar seu estilo de vida e contribuir com o meio ambiente, mas por observar problemas como irritação, ardência e, dependendo do tipo de produto, até ferimentos na pele. Isso foi o pontapé inicial para a utilização dos desodorantes naturais. “Decidi mudar também por uma questão de carinho com o meu corpo e o meio ambiente. O que eu mais estou gostando nele é esse estado de consciência que ele me propõe com relação ao meu suor e o meu próprio cheiro”, comenta Jonas. E olha que legal: a confiança dele em relação ao produto natural é tão grande que usa até mesmo durante atividades físicas e o resultado tem dado super certo.
Para garantir esse resultado, Jonas faz um adendo, lembrando o que falamos lá no início no texto, de que não existe um período exato para a mudança acontecer, pois ela exige tempo e dedicação. Mas seguindo algumas dicas como da Letícia Rautha, você passa por essa tranquilamente. Anota aí!
Primeiro comece a separar uma toalha só para as axilas e deixe ela no sol, “porque no banheiro ela é colonizada pelas bactérias do local, inclusive das fezes”, orienta. O ideal é deixar no sol para auxiliar na eliminação da porção de bactérias. Usar roupas que não interferem na transpiração, como por exemplo, as de algodão e outras que não estimulem a dermatite de contato. Usar sabonetes com ph similar ao da pele, entre 4.5 ou 5, ou à base de glicerina, que não altera este ph e não favorece o acúmulo de bactérias. De preferência, hidratar a axila uma vez ao dia. E por último, mas não menos importante, ter paciência, pois o seu organismo vai se adaptar.
Texto escrito por mim para o site Bonita de Pele
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